A importância da prática democrática

28/09/2020 às 09:08.
Atualizado em 27/10/2021 às 04:39

“Se os homens soubessem como são produzidas a lei e as salsichas, não respeitariam a primeira e não comeriam a segunda”. A famosa frase é creditada ao estadista alemão Otto von Bismarck, e ajuda a explicar a justificada aversão de boa parte da população à atividade política. Especialmente no caso brasileiro, em que os desvios de toda a ordem se transformaram em moeda corrente ao longo da história recente.

Irregularidades que não escolhem legendas, tampouco esferas de governo ou níveis parlamentares. Algo que não mais surpreende, mas que deveria provocar indignação maior do que a verificada, especialmente no que diz respeito à escolha dos candidatos. Infelizmente, a memória se mostra curta, e as gincanas legais favorecem a perpetuação dos crimes.

Um cenário que não mudará apenas por força de lei ou desmonte da sensação de impunidade mas, principalmente, por uma maior participação popular. É necessário - mais do que isso, determinante -, que se saiba, sim, como são feitas as leis. Para que se identifique abusos, condutas indignas do trato à coisa pública, e se interfira de modo ativo não apenas no debate, mas também em termos de proposições e reivindicações.

Se não há como levar o cidadão de forma constante para dentro do parlamento, é possível e desejável incluí-lo no processo, especialmente considerando as ferramentas disponibilizadas pela tecnologia. A atividade política nunca foi tão acessível em termos de divulgação e controle. A legislação determina a transparência nos gastos e a publicidade universal dos fatos relacionados à administração pública.

Neste aspecto, ainda que não haja previsão na lei eleitoral, o conceito dos mandatos coletivos; dos co-parlamentares e da participação ampliada deve ser aplaudido. Gera-se maior visibilidade, afinidade e consegue-se reunir representantes de segmentos os mais variados possíveis que, de forma unificada, teriam dificuldade muito maior em se fazer ouvir. É inquestionavelmente mais producente contar com o suporte e a assessoria de pessoas que possam efetivamente agregar aos mandatos, e não estão atreladas a eles por laços familiares ou de interesses pessoais. Está mais do que na hora de dar adeus à velha e apodrecida política, em nome de uma ação que cumpra com a sua verdadeira vocação: de trabalhar por e para o povo.

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