O maior ídolo de Einstein e Freud

05/11/2018 às 21:09.
Atualizado em 28/10/2021 às 01:37

Mauro Condé*

Acabo de voltar de excelente viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte, excelentes livros sobre filosofia. Eles me levaram para a Holanda de meados do Séc. XVII, onde fui recebido pelo genial Baruch (Bento) Espinosa, o maior ídolo de Einstein e de Freud. Fui logo pedindo para ele: 

_Por favor, me ensine algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.

Ele então me incentivou a desenvolver um espírito ainda mais rebelde e iconoclasta e a questionar constantemente a sabedoria convencional, por meio da prática obsessiva da leitura selecionada e do desenvolvimento de um vasto e amplo conhecimento intelectual. 
Ele me confessou ter concluído que quanto menos uma pessoa sabe e conhece, mais ela acredita e por isso fica mais suscetível à dominação e à exploração pelos mais “poderosos”.

Incompreendido na época, por ter demonstrado um conhecimento e uma inteligência superior aos que tentavam dominá-lo, ele acabou banido e excomungado pela comunidade a que pertencia, por causa de suas ideias contrárias aos dogmas e doutrinas dominantes.
Produziu grandes obras que inspiraram a filosofia, a psiquiatria e a psicoterapia. Seu livro mais famoso até hoje é: “A Ética Segundo A Ordem Geométrica”, em que tratou da análise dos comportamentos e dos relacionamentos humanos.

Espinosa via Deus de uma forma diferente, como um ser imanente (aquele que tem em si próprio, princípio e fim) em vez de ser uma espécie de juiz que se interessa pela sorte e pelas ações dos homens, de acordo com o seu nível de obediência à certas doutrinas. 

Via Deus como um todo em si mesmo e o homem como parte importante desse todo, codificado como um ser dotado de ações (derivadas de sua vontade própria e interna) e de paixões (oriundas de vontades externas advindas dos afetos provocados pelos infinitos e constantes relacionamentos entre os seres humanos ao longo de suas vidas).

Seu maior objetivo era mudar a condição do ser humano, ajudando-o a sair da condição de mero servo subserviente sem liberdade para se transformar num ser mais pensante, dotado de mais conhecimento, na tentativa de poder influenciar um pouco mais e melhor o seu próprio destino, na medida do possível.

(*)Palestrante, consultor e fundador do Blog do Maluco
 

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