(Riva Moreira/Hoje em Dia)
Santa Efigênia (Leste), Padre Eustáquio (Noroeste) e Vila Clóris (Norte) estão no topo do ranking de furtos e roubos de veículos registrados em Belo Horizonte. Um dos principais motivos é a facilidade de encontrar rotas de fuga como o Anel Rodoviário e a Linha Verde.
A lista foi montada a partir dos dados mais recentes disponibilizados pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de Minas Gerais (Sesp-MG), por meio da Lei de Acesso à Informação. De janeiro a junho de 2018 foram 5.769 ocorrências. O número é 27% menor se comparado ao mesmo semestre de 2017.
Para evitar chamar a atenção, a ação dos bandidos é rápida, conforme conta a artesã Marta Beatriz, de 39 anos. Moradora do Glória – incluído no levantamento dos bairros com mais registros –, ela foi vítima de um ladrão no último dia 12. O automóvel estava na rua Afonso de Abreu Esquiva.
“Meu marido deixou o carro perto de casa, em um lugar onde sempre estacionamos. Durante a madrugada, um homem conseguiu destravar a porta, fazer ligação direta e fugir”, detalhou, após verificar as imagens das câmeras de segurança de um comércio da região. O bandido levou cerca de dois minutos para tomar o veículo.
Marta não recuperou o carro. “Estamos perto demais da rodovia (Anel Rodoviário e BR-381) e, por mais que tenhamos um policiamento bem satisfatório na região, os bandidos acabam ficando de tocaia e agindo na hora certa”, lamentou a artesã.
Fuga
A proximidade de acesso ao Anel Rodoviário no bairro Glória – também comum no Padre Eustáquio, segundo no ranking – é reforçada como fator de “vulnerabilidade” pelo professor e especialista em segurança pública Luís Flávio Sapori.
“O que explica boa parte desses números é o contexto de oportunidade que o bairro oferece. O primeiro é a quantidade de carros estacionados, seguido pela facilidade para sair do local sem se deparar com a polícia”, diz. Ele completa que os criminosos se aproveitam de veículos parados em vias marginais ou em locais ermos.
Redução
A Polícia Militar garante que uma série de medidas tem sido adotada para barrar a bandidagem em BH. A presença das bases móveis comunitárias é uma das principais estratégias. “Foram feitas ações e operações preventivas e repressivas, além do monitoramento de reincidentes”, afirma a tenente Gisele Couto, assessora do Comando de Policiamento da Capital (CPC).
Ela também destacou o “enxugamento” do efetivo administrativo. “Significou mais policiais nas ruas, ocupação de pontos sensíveis e aumento de 30% das operações”.
Para definir a atuação dos militares na tentativa de evitar os roubos e furtos de carros são levados em c<CW0>onta informações como as vias de acesso e as características do bairro – residencial ou comercial. A oficial reforçou que a redução desses delitos em 2018 também foi registrada na metrópole na comparação entre 2017 e 2016.
“O trabalho da PM é baseado em uma série de ações de análises criminal, qualitativa e de inteligência no que se refere às rotas de fuga, uso dos veículos para o cometimento dos crimes, desmanche, implementação de operações conjuntas de combate à receptação, blitz e interceptação quando ocorre o delito”.
Confira o ranking (a lista com os demais bairros pode ser consultada através deste link):
Cuidados
A Polícia Militar ainda recomenda algumas atitudes de autoproteção que podem prevenir a ação dos criminosos. Confira:
- Ao sair do veículo, deixe-o sempre trancado e jamais com a chave na ignição, mesmo que seja só por alguns instantes
- Procure estacionar o automóvel em locais iluminados e movimentados. Nunca deixe objetos expostos no interior do carro
- Evite permanecer no veículo estacionado em via pública. Caso seja necessário, procure locais que permitam ampla visão. Fique alerta à aproximação de estranhos
- Se possível, utilize outros mecanismos para dificultar a ação dos infratores, como alarmes e rastreadores. No caso das motos, use correntes, travas ou cadeados