Barragem da Vale se rompe em Brumadinho, causa destruição e deixa feridos

Simon Nascimento, Malú Damázio e Mariana Durães
25/01/2019 às 13:12.
Atualizado em 05/09/2021 às 16:13
 (Corpo de Bombeiros/Divulgação)

(Corpo de Bombeiros/Divulgação)

Uma barragem de mineração, pertencente à mineradora Vale e localizada na Mina Córrego do Feijão, se rompeu no início da tarde desta sexta-feira (25), em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte. A informação foi confirmada pelo tenente-coronel Flávio Godinho Pereira, coordenador da Defesa Civil de Minas Gerais, em rápida conversa com a reportagem do Hoje em Dia. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, um helicóptero da corporação foi deslocado para o local para verificar os danos. Conforme os militares, o rompimento ocorreu próximo ao município de Mário Campos. Há relatos de vítimas, segundo os bombeiros, mas as proporções ainda são desconhecidas. 

Por meio de nota, a Vale informou que "as primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. Ainda não há confirmação se há feridos no local. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seuPlano de Atendimento a Emergências para Barragens". A prioridade, conforme a assessoria de imprensa da mineradora, é preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade.

A Polícia Militar destacou que helicópteros da corporação também foram deslocados para a região da barragem. Nas redes sociais, a prefeitura de Brumadinho pediu aos moradores para manter distância do Rio Paraopeba. Equipes da Defesa Civil municipal também foram deslocadas para a região. Procurada, a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) informou que equipes estão se deslocando para Brumadinho. 

Um morador de 21 anos, que pediu para não ser identificado, presenciou o momento do rompimento. "Comecei a trabalhar perto da barragem ontem (quinta-feira), com transporte de minério. Cheguei em cima de uma mina para fazer o carregamento, olhei para o lado e vi a contenção estourando e aquela poeira subindo", relatou. Segundo o rapaz, a lama chegou até o terminal ferroviário Alberto Flores e também encobriu as estradas que dão acesso à região. "Estou voltando para a casa pela BR-381, porque meu caminho ficou fechado", acrescentou. 

O mecânico de manutenção Clarismundo Moreira, de 65 anos, nasceu de novo. Todos os dias ele almoça na região e essa sexta só foi diferente porque estava de folga. "Esse horário é certo que estaria lá, tem vários restaurantes, botecos. Acho que há pelo menos umas 350 pessoas que trabalham por lá", conta. Arte

Córrego do Feijão

Construída em 1998, a barragem é usada para recirculação de água da planta e contenção de rejeitos em eventos de emergência. De acordo com informações do site da Vale, a estrutura tem cerca de um milhão de metros cúbicos.

Relembre

Esta é a segunda barragem da empresa a se romper em Minas Gerais. Em 2015, uma enxurrada de lama destruiu o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região Central do Estado.

Rejeitos da mineradora Samarco, cujos donos são a Vale e a anglo-australiana BHP, atingiram também grande parte de Paracatu de Baixo e Gesteira, na mesma região. Os rejeitos destruíram o Rio Doce e chegaram ao mar no vizinho estado do Espírito Santo. 

Confira as imagens do rompimento da barragem:

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