Hospital Júlia Kubitschek fará cirurgias de gênero em pacientes transexuais

Da Redação*
04/12/2019 às 17:26.
Atualizado em 05/09/2021 às 22:55
 (Adair Gomes/Fhemig)

(Adair Gomes/Fhemig)

O Hospital Júlia Kubitschek vai realizar a partir do ano que vem cirurgias para adequação do sexo em pacientes atendidos pelo Ambulatório Multidisciplinar Especializado no Processo Transexualizador (Ametrans) do Hospital Eduardo de Menezes. O anúncio foi feito pelo presidente da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), Fábio Baccheretti Vitor, na última quinta-feira (28). “Meu papel é fortalecer e dar todo o subsídio que o ambulatório precisa”, disse. 

As cirurgias irão abranger masculinização e feminilização de tórax, correção de pomo-de-adão, prótese de mama e retirada de útero e ovários. 

De acordo com a coordenadora técnica do ambulatório, a psicóloga e doutora na temática da transgeneridade, Andreia Reis, na primeira consulta, 78% dos homens transexuais manifestam o desejo de submeterem-se à mastectomia masculinizante. No caso das mulheres transexuais, 59% afirmam que pretendem realizar implante de prótese mamária bilateral.

O presidente da Fhemig também anunciou uma linha de cuidado destinada à saúde integral da população transexual e travesti. 

Atuação

Desde sua criação, em novembro de 2017, até novembro deste ano, o ambulatório realizou aproximadamente três mil consultas e atendeu mais de 500 usuários, entre homens e mulheres transexuais, travestis e outras expressões de gênero, procedentes de 66 municípios mineiros. O atendimento, que é realizado por equipe multidisciplinar, contempla as clínicas de psicologia, serviço social, psiquiatria, clínica médica, ginecologia e endocrinologia.

O serviço assegura à população transgênera e travesti mais que a garantia do acesso à saúde, possibilita a esse grupo de indivíduos a ampliação de sua inserção social. 

O homem trans René Augusto, usuário do ambulatório desde setembro de 2018, conta que “era apenas mais um homem trans perdido por aí. Eu tinha vários problemas de saúde pelo uso de hormônios sem orientação. No primeiro dia no ambulatório, eu não acreditei. Perguntaram como eu queria ser chamado. Pela primeira vez, fui respeitado e reconhecido como eu sou. Isso aqui é uma mudança fundamental para mim. Digo às pessoas para ligarem para o ambulatório, pois elas vão conhecer o paraíso”, afirmou André.

A mulher trans Yara de Almeida experimentou algo semelhante. Ela é atendida pelo ambulatório há um ano e três meses. “Antes, eu estava perdida, não sabia que rumo tomar. Com o ambulatório, aprendi uma grande lição, quero continuar aqui por muito tempo. O ambulatório é 50% da minha felicidade, os outros 50%, vou conquistar”, revelou Yara.

* Com Agência Minas

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