Combate ao câncer de pele: você sabe fazer um autoexame? Especialista explica em vídeo

Cinthya Oliveira
12/12/2019 às 09:00.
Atualizado em 05/09/2021 às 23:00
 (Pixabay)

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Já está comprovado cientificamente que a maioria dos casos de câncer de pele no Brasil foram diagnosticados a partir da identificação do próprio paciente de uma lesão, mancha ou pinta que lhe pareceu estranha. Muitas vezes, quem percebe que há algo a ser investigado é uma pessoa do convívio, como cônjuge ou familiar. Nessa quarta-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro foi submetido a exames médicos, por causa de uma mancha na pele, para identificar um possível câncer.

Durante a campanha do Dezembro Laranja, a Sociedade Brasileira de Dermatologia recomenda que os brasileiros, especialmente aqueles que fazem parte dos fatores de risco (veja abaixo), façam o autoexame mensalmente. Toda a extensão da pele deve ser analisada, em busca de lesões persistentes e pintas novas que crescem.

“Importante pedir ajuda para verificar áreas escondidas, como couro cabeludo, a região atrás da orelha e as costas. Não esquecer de olhar entre dedos das mãos e dedos dos pés”, afirmou a dermatologista do Hospital das Clínicas Ana Carolina Cherobin. Se vir qualquer sinal suspeito, procure por um médico especialista.

Ela explica que as chances de cura para o câncer de pele variam conforme o tipo. O carcinoma basocelular é o mais comum dos cânceres no Brasil e sua chance de cura é bastante alta. “Como ele não tem potencial para se espalhar, normalmente não leva à morte. Mas se a pessoa deixa evoluir, fica mais difícil para tirar a área afetada. Às vezes é preciso fazer enxerto de pele”, explica.

O carcinoma espinocelular corresponde a 20% dos diagnósticos de câncer de pele e oferece um risco de evolução para outras áreas do corpo, mesmo que de forma lenta. Quanto mais rápido o diagnóstico, maiores são as chances de cura.

Já o melanoma é o tipo mais perigoso e pode levar à morte, se não for diagnosticado rapidamente. O melanoma tem crescimento progressivo, sendo assim esse sinal chamará cada vez mais a atenção, mudando de formato, coloração ou relevo. “Há chances de cura quando é identificado ainda fino e pequeno na pele”, diz a médica.

Anualmente, são diagnosticados 180 mil novos casos de câncer de pele no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Ou seja, um a cada quatro casos novos de câncer no país é de pele. 

Para saber identificar possíveis casos de melanoma, conheça o ABCDE das pintas:

A de Assimetria: A metade da pinta não “casa” com a outra metade. Pintas perigosas ou melanomas tendem a ter uma assimetria de cores e formas.

B de Bordas: Lesões malignas apresentam bordas irregulares, dentadas ou com sulcos, com interrupção abrupta na pigmentação da margem.

C de Cor: A coloração não é a mesma em toda pinta. Lesões muito escuras ou que apresentem diferentes tons em uma mesma lesão devem ser avaliadas, pois podem ser malignas.

D de Diâmetro: Lesões que crescem rápido, principalmente aquelas maiores que têm 6 milímetros. Estas têm maiores chances de ser malignas.

E de Evolução: Toda pinta que mudar de cor, formato, tamanho e relevo, em curto período de tempo (1 a 3 meses), deve ser examinada por um dermatologista.

Conheça os fatores de risco de câncer de pele:

- Alguém na sua família tem ou já teve câncer de pele?

- Você já teve mais de seis queimaduras de sol durante a vida, daquelas em que a pele fica vermelha e ardendo?

- Tem muitas sardas ou mais de 50 pintas pelo corpo?

- Tem pele muito clara?

- Está com alguma ferida que não cicatriza?

- Possui alguma pinta no corpo que está se modificando, mudando de cor ou crescendo?

- Tem mais de 65 anos?

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