Mauro Condé*
“A incerteza é uma margarida cujas pétalas nunca acabam de desfolhar” - Mario Vargas Llosa
Acabo de voltar de uma viagem rumo ao conhecimento, usando como meio de transporte excelentes livros sobre Antropologia.
Eles me levaram para a Universidade de Sorbonne, em Paris, onde fui recebido pelo filósofo Edgar Morin, 98 anos, um dos maiores pensadores do mundo atual, a quem fui logo pedindo:
Ensina-me algo que eu ainda não saiba e tenha o poder de mudar a minha vida para melhor.
Aprenda a viver em um mundo permanentemente em crise.
Saiba que o grande sinal de uma crise é quando as incertezas aumentam.
A certeza não passa de uma mera ilusão.
Aprenda a aceitar as incertezas e a guiar sua vida por elas.
Desconfie de qualquer um que venda a certeza absoluta, porque ela simplesmente não existe.
O coronavírus está expondo a face da incerteza no rosto daqueles que pareciam dominá-la.
Desenvolva uma visão de radar para ver além da incerteza.
A vida nada mais é do que uma sucessão de crises e incertezas permanentes, conforme nos ensina a História.
Antes de lamentar nossa falta de sorte atual, lembre-se dos que viveram no início do século passado e tiveram que conviver com uma crise atrás da outra.
A primeira guerra mundial (1914 a 1918), a gripe espanhola (1918), a grave crise econômica (1929) e depois a segunda guerra mundial (1939 a 1945).
Por pior que tenham sido essas crises, foram elas as verdadeiras molas propulsoras das maiores inovações que o mundo já viveu até hoje.
Por isso prepare-se, pois essa crise também vai passar e dela surgirão soluções nunca antes imaginadas até então.
O progresso só acontece a partir de controvérsias e dúvidas e nunca de certezas absolutas.
Numa crise, a única coisa que não podemos fazer é tentar resolver problemas totalmente novos com soluções velhas e obsoletas.
Aproveite o confinamento para se livrar daquela cultura consumista e pouco solidária.
Aprenda a viver na interseção dos dois polos que uma vida em crise oferece – a prosa e a poesia.
Prosa é aquilo que fazemos para sobreviver, por hábito e obrigação, que não nos interessa tanto.
Poesia é aquilo que nos faz florescer, o que nos faz amar, comunicar.
Poesia é a parte boa da vida, aquilo que a faz valer a pena.
Curta a sua felicidade em pequenos pedaços porque ela é etérea e se evapora depois de pequenos grandes momentos.
Espere o inesperado e faça de cada limão uma limonada.
*Palestrante, Consultor de Empresas e Fundador do Blog do Maluco.*