Um Michel Temer para o mercado e com uma equipe nova, mas de velhos conhecidos da política e da economia brasileira. Sob o mantra de criar oportunidades aos investidores, tirar o país do atoleiro e pacificá-lo, o então vice-presidente assumiu as funções de presidente em exercício, após o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT).
Temer deu posse à equipe que será composta por sete citados ou investigados na operação “Lava Jato”, apenas homens e muitos deputados ou senadores que já fizeram parte dos governos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Dilma Rousseff.
O primeiro pronunciamento do presidente em exercício veio no início da noite e teve o objetivo de acalmar os investidores e tentar amenizar o clima de insegurança advinda das crises política e econômica. Temer pediu confiança e disse que fará um “governo de salvação nacional”. “É urgente pacificar a nação”, afirmou.
O presidente interino deixou claro que pretende reduzir a interferência do Estado no mercado, dar mais autonomia ao Banco Central e criar uma política de desenvolvimento que tenha como centro parcerias público-privadas (PPP’s). O discurso animou entidades de classe.
Sem especificar as medidas, Temer anunciou pontos já cobrados por empresários durante o processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff (PT). “Precisamos resgatar a credibilidade interna e internacional”, afirmou.
Conforme o peemedebista, é necessário incentivar as PPPs “para gerar emprego”. O presidente em exercício já dava sinais de que pretendia um grande programa de investimentos em conjunto com a iniciativa privada, especialmente na área de infraestrutura, estimulando concessões.
Além de medidas fiscais, Temer enviará ao Congresso a reforma trabalhista e a previdenciária. “Nenhuma das reformas alterará os direitos adquiridos pelos cidadãos brasileiros”, garantiu.
O presidente pediu união nacional e diálogo, para que possa enfrentar o que chamou de “agenda difícil, complicada”. Em referência indireta à falta de apoio de Dilma, Temer disse que precisará do apoio do Congresso para governar. O presidente já conta com o aval de mais de 50% dos parlamentares.